Resumo Este artigo avalia o impacto de ativos alternativos no desempenho dos fundos de previdência privada brasileiros. Poucos estudos abordam esse tema no Brasil, abordando em sua maioria apenas a adição de ativos alternativos e seu impacto no desempenho. O mercado de fundos de previdência privada aberta no Brasil vem crescendo rapidamente nos últimos anos e ganhando notável relevância, especialmente após o anúncio da reformulação do sistema previdenciário brasileiro. Em 2018, o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) representaram mais de 94% do total de ativos em seu setor. Os fundos de investimento especialmente constituídos (FIEs) dos planos de previdência privada PGBL e VGBL caracterizam-se pela sua dependência de ativos de renda fixa. O Brasil enfrenta atualmente um cenário de juros baixos sem precedentes - que, seguindo um panorama mundial, parece estar definido há muito tempo - e gestores de fundos de previdência privada devem buscar investimentos alternativos que agreguem tanto o prêmio de risco quanto a diversificação. Os resultados deste estudo podem apoiar os gestores neste assunto pouco discutido. Comparamos o desempenho dos FIEs sem ativos alternativos adicionais versus a carteira com ativos alternativos, adicionando um índice de fundo de cobertura, um índice de fundos mútuos de ações, um índice de commodities, um índice de energia elétrica, um índice de serviços públicos, um índice de ouro e um índice imobiliário. Foram utilizadas diversas medidas de desempenho, considerando as normas brasileiras e uma estratégia de reequilíbrio. Nossos resultados mostraram que quase todos os ativos alternativos utilizados neste estudo melhoraram o desempenho dos FIEs dos planos de previdência privada PGBL e VGBL, especialmente o índice de serviços públicos e o índice de fundo de cobertura. Alguns até melhoraram o risco de cauda da carteira.
ABSTRACT This article assesses the impact of alternative assets on the performance of Brazilian private pension funds. Few studies touch on this topic in Brazil and most only investigate the addition of alternative assets and their impact on the performance. The market of open private pension funds in Brazil has been growing rapidly in recent years and gaining much relevance, especially after the announcement of the reformulation of the Brazilian pension system. In 2018, the Free Benefit Generating Plan (PGBL) and the Free Benefit Generating Life (VGBL) represented more than 94% of total assets in their sector. The Brazilian specially constituted investment funds (FIEs) of PGBL and VGBL private pension plans are characterized by their dependence on fixed income assets. Brazil currently faces an unprecedent low interest rate scenario - which, following a worldwide panorama, seems to be set for a long time - and pension fund managers must search for alternative investments that aggregate both risk premia and diversification. The results of this study may support managers in this little-discussed matter. We compare the performance of FIEs without additional alternative assets versus the portfolio with alternative assets, adding a hedge fund index, an equity mutual funds index, a commodity index, an electric power index, a public utilities index, a gold index, and a real estate index. Several performance measures were used, considering Brazilian regulations and a rebalancing strategy. Our results showed that almost all alternative assets used in this study improved the performance of the Brazilian FIEs of PGBL and VGBL private pension plans, especially the public utilities index and the hedge fund index. Some even improved the portfolio tail risk.